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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O que torna um queijo diferente do outro?


por Gilberto Stam | Edição 12
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É a variedade de processos de produção, que altera as reações químicas que transformam o leite em um aglomerado sólido. O tipo de queijo começa a ser definido pela matéria-prima, já que cada leite - seja de vaca, cabra, ovelha ou búfala - apresenta diferentes teores de gordura e de composição nutricional. Seja qual for a fonte escolhida, o líquido tem que passar primeiro pela etapa de coagulação ou solidificação, processo ativado por bactérias naturais do próprio leite ou pela renina, enzima retirada do estômago do carneiro. Depois de formada a massa, ela é prensada para perder o soro, ou excesso de água. Essa é a receita básica para os queijos frescos. Quando a massa é envelhecida - ou "curada" -, a produção incorpora outras etapas, que ajudam a aumentar a variedade de queijos. Esses tipos envelhecidos dependem ainda da bactéria, enzima ou fungo utilizado para amadurecê-los, bem como da temperatura e da umidade do local onde a massa descansa até ficar no ponto certo.
A soma de todos esses fatores determina a velocidade das reações químicas entre os compostos do leite, modificando o aroma, o sabor, a textura e a consistência. Quanto mais curado, mais duro e amarelado fica o queijo. Essas diferenças na receita já são bem conhecidas - o que permanece cercado de mistério é como o queijo surgiu no mundo. O mais provável é que tenha sido acidentalmente, assim que o homem passou a domesticar animais, há cerca de 10 mil anos, no Oriente Médio. Segundo uma lenda antiga, o primeiro queijo teria sido produzido ao acaso por um mercador árabe que atravessava o deserto. Ele guardou leite numa bolsa feita com estômago de carneiro e a renina presente na bolsa, junto com o calor do Sol, fez o leite coagular, formando uma massa saborosa. O queijo se espalhou pela Europa com o Império Romano e, na Idade Média, passou a ser produzido por monges, que dominaram o processo e fizeram do alimento um produto típico do continente.
Os especialistas calculam que existam milhares de nomes diferentes de queijo - que poderiam ser agrupados em cerca de 400 tipos básicos, quase todos de origem européia.
Alquimia apetitosa Iguaria de leite solidificado nasce de fungos e bactérias EMENTAL
O famoso queijo suíço apareceu por volta do século 15. Durante sua produção, ele passa duas semanas no refrigerador e depois é transferido para uma câmera com temperatura entre 20 e 24 ºC. Essa mudança ativa a bactéria Ropionibacterium shermanii, que produz gás carbônico, formando os buracos característicos desse queijo. Junto com o gruyère, um tipo semelhante, é usado para fazer o saboroso fondue.
CAMEMBERT
Um dos queijos de cheiro mais forte, surgiu na região da Normandia no século 17. Sua casca é produzida pelo fungo Penicillium camemberti, um tipo de bolor. Esse fungo solta enzimas que digerem as proteínas do queijo, fazendo com que seu interior fique cremoso. Para que as enzimas possam amolecê-lo por inteiro, ele é feito com pouca espessura. Um tipo parecido, porém mais suave, é o brie, que usa outro fungo, o Penicillium candidum.
CHEDDAR
O mais típico queijo inglês teve origem no condado de Somerset, sudoeste da Inglaterra, no século 15. Sua massa, ainda fresca, é picada para que o soro escorra e depois fica prensada em grandes cilindros. O cheddar, então, é envolto em um tecido fino e coberto com cera. O tempo ideal de maturação é de um ano e meio, o que deixa o sabor mais intenso.
MUSSARELA
Um dos queijos mais populares do mundo foi criado na região de Nápoles no século 16. As primeiras mussarelas eram de leite de búfala. Sua massa fresca é amassada e esticada até ficar com uma consistência suave e flexível, sendo depois moldada e conservada no próprio soro. A versão com leite de vaca passa por um rápido cozimento, seguido de um período de três semanas descansando em local refrigerado, o que deixa o queijo mais fácil de derreter.
PARMESÃO
Surgiu na cidade de Parma no século 16. Possui uma crosta externa de cor marrom-amarelada, dura e oleosa, com um interior que fica quebradiço com o envelhecimento. O parmesão original deve ser envelhecido por dois anos no mínimo. Um tipo semelhante é o grana, o chamado "ouro da Itália", queijo caríssimo porque chega a ficar quatro anos maturando.
MINAS
Como diz o nome, surgiu em Minas Gerais durante o período colonial, passando a ser produzido industrialmente em 1880. Trata-se do representante nacional do queijo fresco, categoria da qual fazem parte a ricota e o queijo cottage. São esses os tipos mais simples de produzir, pois não passam pela etapa de envelhecimento. Devido ao sabor suave, muitas vezes são usados para fazer sobremesas.
ROQUEFORT
Nascido no sul da França no século 11, é feito com leite de ovelha e tem um fungo chamado Penicillium roqueforti, que só é ativado em contato com o ar. Por isso, a massa é furada por agulhas para que o fungo cresça e forme um bolor esverdeado. Na produção tradicional, o envelhecimento é nas cavernas da cidade de Roquefort, onde o frescor e a umidade ajudam o fungo a crescer. O gorgonzola é parecido, mas leva leite de vaca.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Por que balas de menta deixam a boca "fria"?


por Meire Cavalcante | Edição 74
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A refrescância de algumas balinhas vem da presença de substâncias como o mentol e o eucaliptol. Elas têm o poder de simular na boca a sensação de frio, tapeando os sensores da mucosa responsáveis por mandar a informação para o cérebro. Um processo semelhante ocorre com a pimenta, que estimula as terminações nervosas sensíveis ao calor. Nos dois casos, não há alteração da temperatura dentro da boca. Como as balas de menta deixam a mucosa mais sensível ao frio, a água em temperatura ambiente ou o próprio ar apenas parecem estar gelados. Em dias de calor e com a geladeira quebrada, chupe uma balinha de menta e tome água natural. Mesmo de mentirinha, vai ser bem refrescante.
Menta na boca dos outros... Balas tapeiam cérebro e causam sensação de refresco 1. Na mucosa da boca há receptores especializados, que levam ao cérebro informações específicas, como frio, calor e dor, por meio dos neurônios. Para ir da boca até o sistema nervoso central, o estímulo passa por apenas três ou quatro neurônios
2. Como o neurônio é uma célula, sua extremidade é composta de membrana e citoplasma. É na membrana que se encontram estruturas parecidas com tubinhos, revestidas de uma proteína chamada TRPM 8, sensível ao frio
3. Esses tubinhos são como fechaduras: só se abrem com a "chave" certa (encontrada em substâncias frias). Ao beber algo gelado, as fechaduras se abrem e captam carga positiva do organismo. É esse dado que o neurônio envia ao cérebro
4. O primeiro neurônio passa a informação ao neurônio seguinte por meio de conexões químicas. Ao chegar ao cérebro, ele entende que se trata de frio, pois aprendeu desde cedo que esse tipo de neurônio só trabalha quando há mesmo algo frio
5. O mentol simula a ação do frio porque, quimicamente, tem uma cópia bem-feita da chave. Se sua concentração for pequena, porém, a abertura é parcial, não dando a total sensação de frio, mas deixando a boca sensível à temperatura ambiente
6. O mesmo ocorre com a pimenta, que estimula apenas os receptores de calor. Como também não há alteração da temperatura da boca, de nada adianta beber água gelada, pois os receptores de calor não a sentem. A água só alivia porque remove a pimenta

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Qual a diferença entre cogumelo comestível, venenoso e alucinógeno?


por Artur Louback Lopes | Edição 42
Como existem muitas espécies de cogumelos - fala-se em 1,5 milhão - e nenhuma característica física denuncia a presença de veneno ou substâncias alucinógenas, é muito difícil (e perigoso) diferenciá-los no "olhômetro". Para piorar as coisas, estima-se que nem 5% das espécies estejam classificadas na literatura biológica. Isso significa que nem um micologista (especialista em fungos) muito experiente pode enfiar na boca um cogumelo achado no meio da floresta. Mesmo que ele se pareça muito com uma espécie comestível, é bom desconfiar, afinal um mesmo gênero pode ter espécies que matam, deixam doidão ou, simplesmente, enchem a barriga (veja o exemplo do gênero Amanita nas fotos abaixo). Em laboratório, há duas formas de se identificar um cogumelo: análise morfológica e bioquímica. A primeira nada mais é do que comparar as características da espécie encontrada com as das já identificadas e cata-logadas nos livros científicos. Para isso, leva-se em conta o formato, as medidas e a coloração do cogumelo. Mesmo que ele se pareça com alguma espécie conhecida, por precaução é analisado por um bioquímico treinado para identificar a presença de toxinas (como a alfa-amanitina, encontrada no Amanita phalloides) e substâncias alucinógenas (como a psicilobina, do Psilocibe cubensis).
Será que ele é? Estes três cogumelos são do gênero Amanita, mas seus efeitos são totalmente diferentes ALUCINÓGENO

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Amanita muscaria: Um pedacinho de 1 grama pode te deixar zureta por várias horas. É um dos alucinógenos mais antigos da humanidade
VENENOSO

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Amanita phalloides ou "chapeu-da-morte": 50 gramas são suficiente para matar uma pessoa. O papa Clemente VII morreu depois de comer um
COMESTÍVEL

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Amanita caesarea: Não existe no Brasil, mas faz muito sucesso nas cozinhas européias. Pode ser comido cru, em saladas, sem perigo de intoxicação

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Dá pra viver bem sem comer carne?


por Viviane Palladino | Edição 51
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Sim, mas o menu verde não pode ser muito radical (conheça os diversos tipos de vegetarianismo na tabela abaixo) e o vegetariano precisa ficar ligado para não faltar nenhum nutriente no seu prato. "Para ter uma alimentação saudável, a gente precisa de tudo um pouco, até da gordura e do colesterol da carne", diz a nutricionista Daniela Silveira, da Unifesp. Quando a pessoa pára de comer carne, podem rolar deficiências de quatro nutrientes principais. Confira os maiores problemas e suas soluções.
A falta que ela faz Menu verde é fraco em 4 nutrientes Elemento em falta - Ferro
Falta de ferro gera anemia. E a maior fonte de ferro são as carnes. O ferro de origem vegetal, presente no feijão e grãos integrais, tem absorção mais baixa
Solução vegetariana - Aumentar a absorção de ferro, combinando alimentos que contenham vitamina C
Elemento em falta - Vitamina B12
Carnes, ovos e leite têm boas reservas dessa substância, essencial para a manutenção das células nervosas
Solução vegetariana - Ovolactos e lactovegetarianos devem comer ovos e leite. Vegans precisam tomar suplementos de vitamina B12
Elemento em falta - Cálcio
Quem não ingere leite e derivados sofre com a ausência desse mineral essencial para evitar osteoporose. O cálcio presente em vegetais como brócolis e grão-de-bico é menos absorvível
Solução vegetariana - Tomar ao menos 3 copos de leite por dia
Elemento em falta - Proteínas
Carnes, leite e ovos têm proteínas mais completas e de fácil absorção. As proteínas vegetais não são tão completas e abundantes como as da carne
Solução vegetariana - Comer muita soja, único vegetal que supre 100% das necessidades protéicas
Mato mata fome? Conheça oito tipos de dieta vegetal Ovolactovegetarianos
De origem animal eles não comem carne, mas comem alimentos que o animal "oferece sem sofrimento nem morte", como ovos e laticínios
Humanocarnívoros
Tentam ao máximo diminuir o consumo de carne, principalmente a vermelha. São "quase vegetarianos", preocupando-se com as condições em que os animais foram mortos
Macrobióticos
Seguem uma dieta oriental que busca "equilibrar a energia dos alimentos", baseada em cereais integrais, soja, legumes, frutas frescas e algum peixe. São evitados farinha, açúcar, álcool,laticínios e carne de boi
Frugivoristas
Só comem aquilo que os vegetais podem "oferecer", como frutas, grãos e sementes. Partes essenciais da planta (folhas e raízes) estão fora, pois "qualquer ser vivo deve ser poupado"
Crudivoristas
Comem apenas alimentos crus, não aceitam nada que seja preparado acima de 45 ºC. Para eles, o cozimento detona as enzimas dos alimentos. A idéia é comer tudo em estado natural
Vegans
Considerados "os verdadeiros vegetarianos", não comem carne ou qualquer produto de origem animal, nem mel ou gelatina, para "não contribuir para o sofrimento dos animais"
Semivegetarianos
Evitam (mas não proíbem) a carne vermelha, preferindo o peixe e o frango, com a justificativa de que a carne branca é mais saudável que a vermelha
Lactovegetarianos
Excluem a carne e o ovo do cardápio - para eles, os ovos possuem "a vibração da vida", além de um alto nível de colesterol. Leite e seus derivados estão liberados no menu.

fonte: mundo estranho

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Por que os escargots são tão caros?


por Yuri Vasconcelos | Edição 94

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Simplesmente porque dá um trabalho danado para criar esses bichinhos gosmentos e deixá-los prontos para ser consumidos. Sem falar que, por ser um animal muito frágil, a produtividade é muito baixa. "Um escargot leva de seis a oito meses para atingir 15 gramas, que é o peso mínimo para ir à mesa", afirma o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Funcia, pioneiro na criação de escargots no Brasil. Ao longo de todos esses meses, além de muito bem alimentados, os filhotes precisam ser criados num ambiente com temperatura e umidades ideais. "Por ser um animal sensível, a taxa de mortalidade em criações comerciais varia de 12 a 15%", diz Funcia. A mortalidade em criações de frangos, por exemplo, é de cerca de 5% e nas de porcos, de 10%. Veja o que rola com esse caracol até chegar aos restaurantes bacanudos. @:-P
DA CONCHA À MESA
Acompanhe o demorado percurso do escargot até chegar ao prato
O escargot é um bicho hermafrodita, que precisa de um parceiro para procriar. Cerca de seis espécies são cultivadas no Brasil, entre elas o escargot de Bourgogne, o maior do gênero na Europa - sua concha tem 5,5 cm de diâmetro
Há duas formas principais de cultivo: em caixas de madeira cobertas ou em criatórios a céu aberto, onde são feitos tanques de alvenaria ou concreto. É neles que ficam os animais adultos que darão início à criação
No acasalamento, o pênis de um escargot penetra a vagina do outro, e vice-versa. Vagarosos, a cópula do casal dura de 10 a 12 horas e a postura dos ovos acontece cerca de três semanas depois. Apesar da transa simultânea, em geral só um animal fica "grávido"
Num período que pode variar de 16 a 30 dias, os filhotes nascem menores que um grão de ervilha) e são separados dos adultos. Herbívoros, em geral eles se alimentam de couve, repolho, pepino ou uma ração específica
Após seis a oito meses de vida boa, eles atingem 15 g de peso e estão prontos para o abate, que pode se dar de duas formas: os coitados são colocados em água quente ou no congelador até morrerem
Em seguida, cada um deles tem sua carne retirada de dentro da concha com um garfo especial. É um processo minucioso e trabalhoso. Para obter 1 kg de carne, é preciso "depenar" 70 escargots
Por fim, rola a lavagem, pré-cozimento, embalagem e congelamento da carne selecionada. Nos restaurantes, antes de ser servida, a carne é colocada de volta na concha. Uma porção com uns seis bichinhos sai por cerca de 50 reais nos lugares mais "em conta"
RANGO DE RICAÇO
Babe com outros petiscos que não são para o bolso de qualquer um
CAVIAR ALMAS
Este raro caviar iraniano é vendido em embalagens de ouro 24 quilates, confeccionadas pela joalheria Cartier. Ele é tão caro porque o esturjão-ranco leva 25 anos para amadurecer e produzir ovas. Preço: R$ 360 mil/kg
AÇAFRÃO
Extraído do miolo das flores Crocus sativus, é a especiaria que atinge maior valor no mundo. Para produção de 1 kg são necessárias de 100 mil a 150 mil flores! Preço: R$ 35 mil/kg
TRUFA BRANCA
O mais inflacionado cogumelo do mundo é originário de Piemonte, no norte da Itália. Alcança 500 g e 12 cm de diâmetro. Preço: R$ 10 mil/kg
CHOCOPOLOGIE
As trufas Chocopologie são preparadas em Lyon, na França, com o chocolate Valrhona, considerado um dos melhores do mundo. Feitas à mão pela empresa de mesmo nome, só são vendidas sob encomenda. Preço: R$ 4,4 mil/kg
KOPI LUWAK
Considerado por muitos o melhor café do mundo, ele só é plantado na ilha de Sumatra, na Indonésia. E fica ainda mais caro por causa da pequena produção: são apenas 250 kg de grãos por ano. Preço: R$ 1,7 mil/kg