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quinta-feira, 17 de julho de 2014

A Caixinha Dourada


Aninha era um menina, muito sensível, ela guardava com todo carinho a sua bela caixinha dourada, não revelava a ninguém seu maior tesouro, quando ela se via em apuros ela logo ia confidenciar à sua caixinha dourada, pois é a sua melhor amiga.
Aninha tem muitos amiguinhos, mas nada se compara com a sua caixinha dourada, a qual pode falar, confidenciar, sem ser censurada pelos seus atos.
Numa manhã ela acordou e ficou sabendo que a casa onde mora deveria ser desocupada, pois mudariam para um lugar mais afastado do centro, por motivos financeiros.
E ai começou a folia da arrumação, dos móveis, roupas, panelas, tapetes e tudo mais, mas ela não contava que seria tanta bagunça, pois nesse momento sua mãe aproveitava para fazer uma faxina e jogar fora as coisas velhas que não serviriam mais pra nada, como roupas velhas e utensílios domésticos entre outras coisas.
Nossa! A menina nem viu o dia passar, ao chegar na nova casa, caiu na cama improvisada e não viu mais nada, o cansaço tomou conta dela. No outro dia começou a arrumação, colocar as coisas em ordem, olhar pela janela ver os vizinhos, ver a nova escola, era tanta novidade que nem sabia por onde começar.
No final do dia quando ela foi arrumar seu novo quarto ela começou a procurar a sua caixinha dourada e não a encontrava de jeito nenhum, nesse momento suas pernas tremeram e o desespero começou a tomar conta dela, procura aqui e ali e nada de achar a tal caixinha dourada, seu coraçãozinho já batendo acelerado, completamente em pânico, ela desce correndo as escadas e pergunta a sua mãe, se ela viu sua hummmmmm…. como iria falar pra sua mãe do existência da sua queridinha....poxa mãe tá uma bagunça no meu quarto nem acho minhas coisas direito, ela respondeu chateada, pra sua mãe.
A mãe no entanto perguntou.
__ O que você está procurando meu anjo?
Ela sem saber o que falar, e também nem lembrava onde tinha guardado sua caixinha dourada antes da mudança, apenas falou.
__ To procurando uma coisa que tava na minha cama antes da mudança, você viu mamãe?
A mãe sem saber do que se tratava, novamente perguntou.
__ mas como era essa coisa?
Ela falou:
__ Era uma coisinha assim, pequenininha, quadradinha, amarelinha, você viu? Perguntou ansiosa.
A mãe ficou pensando no que poderia ser e falou.
__ Olha quando eu fui arrumar teu quarto antes da mudança, peguei umas coisas velhas que estava em cima da cama e coloquei dentro de uma bolsinha preta, e esta bolsinha eu coloquei dentro de uma outra bolsa maior, parece que era uma mochila de escola velha, não a que você usa todo dia, sabe? aquela do ano passado, parecia que era ela, falou meio na dúvida, balançando a cabeça...
__ Tá eu vou procurar lá em cima, ela disse à sua mãe.
Nesse momento a menina subiu correndo as escadas, toda aflita para procurar seu segredinho, e começou a revirar todo o quarto na busca incansável pelo objeto e nada de achar, então começou a chorar sem consolo e sua mãe escutou seu pranto e subiu as escadas correndo para ver o que aconteceu e se espanta ao ver a filha daquele jeito tão desesperada por causa de um objeto sem valor. Fica furiosa e sem paciência com a filha, mas vendo que não tem jeito começa a ajudar a procurar a tal mochila, foi ai que ela lembrou que colocou no porão junto com todos os outros lixos que havia separado.
Não tinha outro jeito a não ser levar a filha lá na antiga casa para procurar o tal objeto misterioso, e no mesmo instante correram pra lá antes que alguém pudesse mexer no porão e acabar de vez com a esperança de encontrá-lo.
Ao chegar na antiga casa por sorte, muita sorte mesmo, tudo estava do jeito como tinham deixado, e logo começaram a busca que demorou um pouco, mas acabaram encontrando a tal mochila, Aninha pegou rapidamente a mochila e logo foi abrindo pra ver se tinha uma bolsinha preta lá dentro, foi quando saiu dos seus lábios um belo sorriso quando à avistou, seus olhos chegaram a ficar cheios de lágrimas quando ao abrir a bolsinha preta ela viu a sua caixinha dourada, que havia procurado tanto.
Nesse momento quando estavam indo pra casa a mãe lhe perguntou.
__ Filha o que é essa caixinha dourada? O que tem ai dentro dela? Quem deu a você esta caixinha?
A filha sem saída responde a sua mãe.
__ Eu ganhei ela do papai, mamãe.
__ E o que tem ai dentro posso saber?
__ Sim mamãe tem aqui os meus dois primeiros dentinhos que cairam quando eu era pequenina. O papai falou que eles eram os meus dentinhos e que eu deveria cuidar deles com muito carinho, que os dentes são os amiguinhos das pessoas, que devemos sempre e em todo momento lembrar disso.
__ Então desde daquele momento que o papai me deu os meus dentinhos na caixinha dourada, eu nunca mais me separei deles, nem mesmo quando o papai foi morar no céu com Jesus. Porque assim sinto que o papai está sempre junto de mim.
Foi nesse momento que a mãe entendeu a importância daquele simples objeto que a filha amava tanto, e concluiu que não era apenas uma simples caixinha dourada em que ela guardava os dois dentinhos, mas sim a lembrança, o carinho, a saudade do pai, que fazia toda a diferença pra ela.
De alguma forma ou outra, a menina se apegou àquele objeto, buscando consolo e proteção nos momentos difíceis, para não se sentir só, mesmo tendo muitos amiguinhos.



Bernadete da Luz 06/05/2014.

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