Erick
é um menino de cinco anos de idade, tem olhos verdes e cabelos
louros, é um menino muito educado e simpático. É filho de um
militar do exército o major o Sr. Edmund, um homem muito exigente e
disciplinado, um verdadeiro major durão.
Erick
tem total admiração pelo pai, pensa que quando crescer quer ser
igualzinho seu pai...a mãe de Erick é uma jornalista muito
eficiente, de renome internacional, trabalha muito entre uma viajem e
outra, quase não tem tempo para acompanhar a criação de Erick, que
muitas vezes se sente muito sozinho e abandonado pela mãe.
Na
maioria das vezes Erick passa o seu tempo em companhia de seu pai,
que faz de tudo para formar Erick um grande soldado. Erick tem uma
agenda muito comprometida e quase não tem tempo para brincar com
seus coleguinhas, pois durante a semana ele tem três vezes por
semana karatê e Jiu-jítsu, duas vezes por semana natação e corrida
de obstáculos, fora aula de disciplina com uma professora
particular.
Na
verdade com toda esta formação militar desde a infância Erick
convivia muito pouco com as crianças da sua idade e desse modo
desapegou de seu amigos. Erick era filho único e foi se
transformando em um menino agressivo e violento, aprendeu com o pai
que não se deve ficar sorrindo a todo tempo e não pode ser molenga
como os outros moleques, se quiser ter sucesso na vida, deve ter uma
atitude diferenciada dos outros.
A
noite antes de dormir, Erick ia para eu quarto e brincava uns
minutinhos com seus brinquedos novos que ganhou do seu pai no último
aniversário, o tanque de guerra e os soldadinhos de chumbo, a
coleção de carrinhos de policia e as arminhas de brinquedos, cada
vez mais ele ficava alucinado com estes brinquedos e acabava pegando
no sono e adormecia ali mesmo, no papete do quarto.
Quando
o seu pai o major Edmund, levava Erick ao pelotão de polícia ele
ficava encantado, entrava nos carros da polícia, nos tanques de
guerra e ficava horas e horas lá como se nada mais tivesse
importância para ele.
O
tempo foi passando e Erick foi crescendo e se tormando cada vez mais
frio e distante de seus amiguinhos da escola. Desta forma muitos
deles se afastaram também de Erick e não brincavam mais com ele.
Nesse momento Erick começou a sentir que não tinha mais amigos para
brincar e passear, ninguém mais o chamava para as festinhas de
aniversários, então começou a sentir-se muito sozinho, pois a mãe
sempre viajando e o pai tinha outros compromissos e nem sempre estava
ao seu lado.
Foi
então que sua mãe foi promovida e transferida para trabalhar na
europa no jornal local, assinando um contrato de cinco anos, e seu
pai aproveitando que a esposa ia passar muitos anos fora, começou a
sair com seus colegas em longas noitadas, festas, jantares sem fim.
Erick acabou ficando totalmente abandonado pelos seus pais, somente
ficando com a babá.
Sentindo-se
muito só, Erick foi ficando cada vez mais fechado e solitário, não
queria mais frequentar à escola, não ia mais no karatê e nem no Jiu-jítsu, então a babá vendo que o menino estava ficando cada vez
mais triste, resolveu distraí-lo, levando-o para passear no bosque,
no shoping, no parquinho, enfim viver como uma criança normal,
correr, pular, saltar e assim se desenvolver com muita saúde e
alegria.
Ela
era muito carinhosa com ele, pois ela era sozinha e nunca teve
filhos, e não tinha mais ninguém na vida e resolveu se dedicar
inteiramente ao Erick, até brincava de pega-pega com ele no jardim
da casa, e a noite contava histórias para ele dormir.
Então
Erick foi ficando cada vez mais apegado a ela, e começando a se
transformar em um menino mais amoroso e carinhoso, pois ela passava
para ele a importância da educação, do perdão, da solidariedade,
enfim dos valores da vida que a própria família dele, os pais,
deveriam passar, mas nunca tinham tempo pra isso.
No
dia de natal, Erick ganhou da sua babá um belo cachorrinho, ao qual
deu o nome de Max. Max era um cachorrinho branquinho, muito esperto, brincalhão
e as vezes muito teimoso, mas Erick adorou o presente e não se
separava dele quase nunca, a não ser para ir à escola, mas voltava
rapidinho para levar Max passear na praça, ver as outras
cahorrinhas.... Era o melhor amigo de Erick.
Seu
pai o major Edmund, não gostou nada do presente que Erick ganhou da
babá, pois percebeu que o menino não queria mais praticar os
esportes e estava muito ligado a babá e exigiu que Erick doasse o
cãozinho, antes que virasse um menino molenga por ai, que ficasse
pelo canto chorando ou reclamando por alguma coisa, não gostava da
ideia que Erick demonstrasse algum tipo de sentimento.
Erick
não aceitou o que o pai lhe impôs, para doar o cachorrinho Max, e
enfrentou o seu pai, e nesse momento começou um conflito grande eles
e Erick acabou ficando doente de tanta tristeza só de imaginar
viver seu cãozinho Max, e seu pai contrariado acabou voltando atrás
e permitiu que o cão ficasse.
Mas
nesse momento Erick viu como era verdadeiramente seu pai, que ele era
um homem muito rude e severo de coração duro, e não aceitava ser
contrariado, e toda aquela admiração que Erick tinha por seu pai
foi desaparecendo, pois até pensou em um dia ser igualzinho seu pai.
Mais
agora Erick não quer ser igual seu pai de jeito nenhum, pois amava
seu cachorrinho e não queria se separar dele por nada, foi aos pouco
modificando seu jeito de pensar, sua atitudes, fazendo novos amigos,
e reconquistado os velhos, percebeu que é muito melhor ser bom,
alegre e viver em paz.
Jogou
fora todos os brinquedos de guerra e os carrinhos de polícia que o
pai lhe dera, pois agora não queria seguir mais a carreira do pai,
não queria ser parecido com o major Edmund, nem em pensamento.
Queria no momento só viver,
correr e pular, ser feliz com seu cachorrinho, sua babá e seus
amigos.
De
vez em quando sua mãe ligava da europa pra saber como ele estava,
ele aproveitava e contava todas as novidades para a mãe. O pai de
Erick, percebeu que estava exigindo muito dele e deixou ele seguir a
vida de criança dele sem interferir mais, sem querer transformar a
vida de Erick num regimento do exército.
Erick
seguiu assim sua vida, cada dia ficando mais dócil, foi crescendo e
sendo cada vez mais responsável, porém nunca abandonou Max, seu
cãozinho peralta.
Autora:
Bernadete da Luz